sexta-feira, 20 de julho de 2007

Morre ACM

Antônio Carlos Peixoto de Magalhães, ou simplesmente ACM, completaria 80 anos no dia quatro de setembro. Destes, 53 foram dedicados à vida pública, desde que se elegeu deputado estadual pela antiga União Democrática Nacional (UDN) da Bahia, em 1954, sem nunca ter exercido a Medicina para a qual havia se formado dois anos antes. Mas a política ele exercia desde a adolescência, como presidente do grêmio do Ginásio da Bahia e, depois, do Diretório Central da Universidade Federal da Bahia.
Sua liderança e o estilo muitas vezes truculento resultaram no “carlismo”, corrente que dominou a Bahia por cerca de três décadas, durante as quais foi três vezes governador e prefeito da capital, Salvador. No plano nacional, sempre esteve ao lado do poder. Desde os tempos da ditadura militar até Fernando Henrique Cardoso. Vinha, ultimamente, amenizando as críticas e ensaiando uma aproximação com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, desde que este o visitou durante uma de suas internações no Instituto do Coração, em São Paulo.
Ao lado da política, ou por causa dela, embrenhou-se no jornalismo, como redator de debates da Assembléia Legislativa da Bahia e do jornal “Estado da Bahia”. Em 1979 já tinha o seu próprio jornal, o “Correio da Bahia”, embrião de uma rede de comunicação que hoje inclui sete emissoras de televisão, pelo menos três rádios, gráfica, produtora e portal de internet. Embora não tenha exercido a profissão, foi professor-adjunto da Faculdade de Medicina.
Pela UDN elegeu-se deputado federal em 1958, 1962 e em 1966, ano em que, extinto o pluripartidarismo, optou pela Arena governista. Em 1967, com as bençãos do general presidente Castelo Branco, foi nomeado prefeito de Salvador pelo governador Luiz Viana. Voltou à Câmara ao final do mandato, em 1970, para, no ano seguinte, ser nomeado governador da Bahia pelo mais duro dos generais presidentes, Garrastazu Médici.
ACM se valeu do forte crescimento, o chamado “Milagre Econômico”, para alavancar a industrialização da Bahia e sua consolidação como pólo turístico. Fez o sucessor, o então aliado Roberto Santos, a quem veio a suceder, em 1979, desta vez nomeado pelo presidente Ernesto Geisel. A essa altura, além de dominar o Estado, a prefeitura de Salvador e de mais 300 prefeituras do interior, o “carlismo” estava estabelecido, com força suficiente para levar seu líder pela terceira vez ao governo da Bahia, em 1990, dessa vez pelo voto, mas já pelo PFL.
Em 1984, época da campanha pelas “diretas já”, ACM se opôs à candidatura de Paulo Maluf e, com dissidentes da Arena, fundaram a Frente Liberal, que ajudou a eleger Tancredo Neves e José Sarney, de quem foi ministro das Comunicações.
Elegeu-se senador em 1994, presidiu o Senado, mas teve que renunciar em 2001, após envolver-se no episódio de violação do painel de votação. Reelegeu-se no ano seguinte. Seu apego ao poder, que também lhe rendeu o apelido de “Rei da Bahia”, o fez sonhar em dinastia e a projetar para o filho, Luiz Eduardo Magalhães, o sonho da Presidência da República. O filho, então líder do governo FHC, morreu antes, de infarto, aos 43 anos.
ACM, que odiava outro apelido que lhe fora posto pelo General Golbery do Couto e Silva, “Toninho Malvadeza”, sentiu profundamente esta segunda perda. A filha Ana Lúcia já havia se suicidado em 1987. O “Painho” dos baianos foi casado com a discreta Arlete Maron e deixa como suplente seu filho, Antonio Carlos Júnior, que já o havia substituído em 2001. O segundo suplente é Hélio Corrêa.

Fonte: www.ultimosegundo.com.br

O famoso Toninho malvadeza, personagem ilustre de nossa politica desde que me conheço por gente. Confesso que não simpatizava muito com ele, mas não como negar foi um dos homens que comandou o Brasil por muito tempo, tendo quase feito seu filho presidente da Republica. Com a morte de ACM encerra-se mais um capitulo da politica brasileira. E apesar de nao simpatizar sempre me chamou a atenção seu jeito de lidar com o poder. Um brasileiro que sem sombra de duvida deixa a vida para entrar para a historia. com Deus ACM, seu filho amado o espera, seja feliz no outro lado, um dia tenho certeza vou -lo ai sendo no mínimo senador no Céu.

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